Dilma Rousseff e Michel Temer participaram de encontro com empresários em São Paulo (Foto: AE) |
A presidenciável Dilma Rousseff (PT) evitou dizer nesta segunda-feira (5) se tentará a reeleição caso seja eleita ou se abriria mão da possibilidade para uma hipotética candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva. Dilma participou nesta tarde de um almoço-debate em São Paulo com empresários do Grupo de Líderes Empresariais, presidido por João Doria Jr.
Dilma afirmou que, antes de entrar no governo, acreditava que a reeleição não era necessária. Disse ter mudado de opinião após perceber a diferença entre o primeiro e o segundo mandatos de Lula, mas evitou dar resposta definitiva quando questionada se cederia a possibilidade de concorrer a um possível segundo mandato. “Quando chegar a hora, a gente discute isso”, esquivou-se.
Em entrevista após o almoço, Dilma foi questionada sobre a declaração sobre a reeleição. Disse que sua resposta teve “cunho mineiro”.
“Não se sabe o que vai acontecer até lá. Então, quando for o momento, a gente discute essa questão. Acho que em 2013 vocês [imprensa] podem começar a me perguntar sobre isso”, disse.
Em eventos recentes, o presidente Lula tem afirmado que, caso Dilma seja eleita, é natural que seja candidata à reeleição.
Reforma tributáriaA reforma tributária foi tema recorrente na rodada de perguntas dos empresários à candidata.
Dilma reafirmou que irá buscar promover uma reforma da estrutura tributária do país, que classificou como "caótica". Citou como problemas a sobreposição na cobrança de impostos - que chamou de "cascata de tributos" - e lentidão no sistema de devolução de créditos tributários.
Destacou propostas que têm defendido com frequência: desoneração integral dos investimentos, redução de tributos sobre remédios e unificação de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Aos jornalistas, contudo, Dilma reconheceu que aprovar uma reforma tributária demandará negociação com um Congresso cuja composição ainda é incerta.
Em entrevista, questionada se defende um "enxugamento da máquina pública", Dilma rejeitou o uso da expressão. Disse preferir dizer que a máquina pública deve ser mais "eficiente". Defendeu um estado "profissionalizado e meritocrático [com predomínio de quem tem mais méritos]".
A ex-ministra também fez críticas indiretas a governos anteriores ao comentar o tema. “Essa época, em que faziam corte linerar [nas despesas], que era o enxugamento clássico, de se pegar a despesa e cortar 25%, sabe o que dá? Dá nisso que passamos no Brasil. Você não tinha projeto de nada. Você não sabia o gasto que estava preservado e o que não estava.”
Fonte: Site Universo Online.